MILITARES QUEREM COMPENSAÇÃO...
Li o artigo abaixo e entendo que é um direito que poderia ser estendido a todos os militares que atuaram na época,em defesa do sisteme democrático:
Por Natuza Nery
BRASÍLIA (Reuters) - Militares ativos na época na ditadura pediram nesta quinta-feira ao vice-presidente da República e ministro da Defesa, José Alencar, um acréscimo em seus soldos pelas atividades desenvolvidas durante o regime de exceção.
"Queremos a compensação para aqueles que ficaram do lado da lei e da Constituição, pelo profissionalismo e lealdade à Constituição", afirmou à Reuters o coronel Hermes Bittencourt Cruz, presidente da Associação dos Oficiais da Reserva da PM de São Paulo.
Bittencourt -- que integrou uma delegação de militares, composta principalmente por oficiais da PM -- explicou que o ganho adicional serviria para o efetivo já aposentado que atuou entre 1964 e 1979 e não foi beneficiado com a promoção de uma patente no momento de entrar para a reserva.
Eles reivindicam que o benefício seja estendido também àqueles que atuaram no período e ainda não se aposentaram.
"Sempre foi tradição nas Forças Armadas e polícias militares a promoção de seus integrantes em um posto acima de sua patente", justificou.
Ciceroneados pelo deputado Luiz Antônio Fleury Filho (PTB-SP) no Palácio do Planalto, o grupo de militares saiu do encontro otimista, embora tenha ouvido do vice-presidente que o orçamento tem limitações, o que dificultaria a concessão do benefício.
O governo federal tem pago indenizações a famílias de desaparecidos e de pessoas perseguidas na época da ditadura.
Agora, os militares reivindicam o direto de receber, em caráter retroativo, o adicional pecuniário por não terem se aposentado com uma patente acima da graduação real.
Segundo a Associação dos Oficiais da Reserva da Polícia Militar de São Paulo, 48 mil militares aposentados, e mais de 3 mil ainda na ativa, teriam direito ao rendimento.
"A conversa foi ótima. O vice-presidente mostrou-se inteiramente sensível e disposto a apoiar. Porém, há a necessidade de fazer avaliação de custo face à repercussão orçamentária", disse o coronel Bittencourt.
"Como a diferença de salário entre os postos é muito pequena, o impacto financeiro não é expressivo. No entanto, no aspecto moral, significará um reconhecimento pelos serviços prestados...Afinal, houve anos de chumbo para os dois lados", argumentou.
Ele acrescentou que um grupo encaminhará a José Alencar, o mais breve possível, uma planilha financeira que possa ser submetida à equipe econômica do governo.
"Tive vários colegas mortos. Nosso nível de tensão era extremo, porque não sabíamos em que momento poderia haver um ataque", disse.
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