UM MILITAR BRASILEIRO NO HAITI 

UM MILITAR BRASILEIRO NO HAITI

Enviado por um oficial que está lá. Não é versão da mídia preocupada em retirar o governo da primeira página!!!!


Prezados chefes e amigos,

Sinto-me na obrigação de remeter-lhes o documento anexo, mas antes chamando a atenção para os comentários que se seguem. Por favor, leiam. São fatos e reflexões apresentadas POR UM MILITAR BRASILEIRO QUE ESTÁ AQUI NO HAITI, e não por um repórter ou uma ONG quaisquer que necessitem, a qualquer preço, alcançar o sucesso.
1. Não há, aqui no Haiti, nenhuma empresa renomada de mídia cobrindo os acontecimentos. Há sim representantes de ONG que mal sabem da História deste país miserável, que mal conhecem os estatutos e as formalidades que regem a MINUSTAH, considerando-se tanto os aspectos políticos como os aspectos militares da Missão.
2. Basicamente, o povo haitiano divide-se em dois grupos: os ricos, quase que com 100% de envolvimento com operações ilícitas (tráfico de drogas, de armas e aliciamento de gangues violentíssimas que lhes dêem liberdade de manobra), aí se concentrando a maioria dos políticos, dentre os quais o Sr Aristides e seus seguidores configuram-se como um dos mais impiedosos em relação a seus adversários políticos; e os pobres, os quais, por sua vez, apresentam-se segundo dois nítidos segmentos: os honestos e os envolvidos com as gangues já citadas. Contra elas é que são dirigidas as ações militares, quase sempre bastante intensas, haja vista o hábito da prática da maldade por parte de seus integrantes. Vou dar apenas um exemplo disso: há cerca de dois meses, membros de gangues seqüestraram uma menina de 12 anos de idade que caminhava na rua com sua mãe, também tão pobre quanto os próprios bandidos, os quais exigiram a quantia de U$10,000.00 pela devolução da menina. Como os pais não conseguiram o dinheiro até o final do prazo concedido, a menina foi devolvida à família, com vida, mas com os dois olhos perfurados a ferro quente.
3. Tive a oportunidade de andar de táxi, em Miami, dirigido por um Sr haitiano de nome Joseph, o qual me respondera, após ser perguntado o que ele achava dos brasileiros: "brazilians are bon bagay, because they did not do wath the americans wanted they do against the haitians. Brazilians soldiers use to help the people from Port-au-Prince, and this people like the brazilians too much." Cabe acrescentar, também, que o Hotel onde estamos hospedados fica bem próximo a uma área chamada Bel Air, que, antes dos brasileiros atuarem, era um verdadeiro inferno. Hoje, corro todas as manhãs pelas ruas de Bel Air, e posso ver a população andando livremente por ali. Quando estou usando a camisa do Brasil, sou constantemente saudado com o seguinte dizer: "BRAZIL, BON BAGAY!". Vale dizer, também, que essa população, contra quem dirigimos verdadeiros massacres, infringindo os direitos humanos, em dias de jogos do Brasil, colore a cidade de verde amarelo, vestindo, orgulhosamente, a camisa canarinho. Cito, como último exemplo de nossa tirania no Haiti, o seguinte episódio, que eu mesmo pude presenciar: certa vez, fomos assistir a uma missa de domingo em Cite Militair, outro bairro violentíssimo de Porto Príncipe, situado na área de responsabilidade dos brasileiros, onde têm ocorrido duríssimos entraves entre nossas tropas e diversas gangues. Fomos, os brasileiros, todos fardados, como de costume. Os que assistiram à missa, dentro da Igreja, estavam desequipados e desarmados, apenas com o uniforme camuflado, de uso diário. Foram colocados homens devidamente armados e equipados do lado de fora da Igreja, para garantir a segurança do evento, segurança essa solicitada pelo próprio padre da Paróquia. Pois bem: os haitianos tanto se sentem oprimidos pelas ações dos brasileiros que, ao final da missa, durante a saída, entoaram, por alguns segundos, o seguinte coro "BRAZIL, MINUSTAH, BON BAGAY!". A forte emoção que se compartilhava nada tinha a ver com tristeza. Retratava a felicidade de quem se sentia protegido e a satisfação de quem constatava o dever cumprido. E eu poderia continuar citando exemplos e mais exemplos das conseqüências nefastas de nossas ações contra os direitos humanos do povo de Porto Príncipe. A propósito, bon bagay, na língua criolle, quer dizer gente boa.
4. Finalmente, vou agora fazer as minhas considerações sobre ataques a direitos humanos. Tenho observado que isso vem ocorrendo de maneira assustadora, particularmente no Brasil, onde vemos atacada, vorazmente, a nossa inteligência. Uma bacia de intelectuais mentecaptos, os quais, promovendo a disseminação inconseqüente de informações difamadoras a respeito da atuação de representantes de seu próprio país, sem conhecimento de causa, simplesmente aderindo ao modismo de se falar mal de Forças Armadas, serve de precioso instrumento político em época de eleições em outro país. É lamentável que tenhamos chegado a esse ponto... Mas o que mais me tranqüiliza é que esses imbecis, esses acéfalos, esses verdadeiros bad bagay, quando não mais puderem sustentar o povo brasileiro com verdades fabricadas, terão que dar crédito aos homens de farda, que servem à Pátria, e não a chefes, para que a nossa querida camisa possa continuar sendo vestida, com orgulho, em todos os cantos do mundo, particularmente no Haiti.

Desculpem o desabafo, e um forte abraço.


Maj Cav JAGUARÊ Saraiva Miranda
Add.: 10, rue Capois, Place des Héros, Port-au-Prince, Haiti - Le Plaza Hôtel, room 116.
Tel in Haiti / in Brazil: (509) 2249305 / (21) 22755444
E-mail: jaguare@predialnet.com.br
Skype name: jaguarecav

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